quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Maçã, não é comida.


É estupidamente engraçado como o sentido das coisas é deturpado enquanto você ainda vive com os seus pais. Basta virar as costas e a vida lhe despeja um monte de verdades que nunca se importou em perceber.
Nunca parei pra pensar que as roupas não são descartáveis e precisam ser lavadas com uma certa frequencia, que animais de estimação precisam se alimentar e não abrirão a gaveta de talheres para isso. A grama do jardim cresce e a cama continuará bagunçada até que eu não me proponha a deixar a inércia e mudar essa situação. Aquela gripe regada a sopa e chá quente, além de não contar com o inconfundível sabor da culinária maternal, me forçará a enfrentar um dos maiores pecados capitais e consequentemente, o fogão.
Por conta disso...

Eu: Quero comer alguma coisa, mas não sei o que.

Minha mãe: Coma uma maça, filha.

Eu: Maça, não é comida!

Motivo que atribuiu ao sexo feminino, séculos e séculos de preconceito e também serviu de título para esse post, ela, que traz em sua história a cor do pecado, continua sendo usada para a alegria de todas as mamães como um alimento nutritivo e saudável, pseudo “alguma coisa” ou “sobremesa”. Ela entra em ação nas operações “tapa buraco” para a falta de uma bolacha recheada ou guloseimas deliciosamente desnutritivas.

Em defesa da população infantil, lhes asseguro:
- Maçã, não é comida, tampouco sobremesa!

Mais um sentido deturpado que deixei de ter ao sair da casa dos meus pais.
Uma maçã, especialmente no momento em que o tal pecado capital entra em ação, pode ser um saboroso banquete no jantar.

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