sábado, 28 de fevereiro de 2009

A saga do Indiano

Tudo pode estar bem em nossas vidas até que apareça um indiano.



É sério, não estou brincando, e não, isso não é sinônimo de preconceito, é real, com direito a fatos para comprovar.

Continuando...

Era uma vez, uma incrível aventura no Ohana Hostel. Seis brasileiras, dois brasileiros e a felicidade. Dias se passaram e recebemos um novo hóspede, então passamos a ser: seis brasileiras, dois brasileiros e O INDIANO.

O nosso mais novo hóspede, era capaz de se manter confinado dentro de um cubículo com 8 camas, um banheiro e um computador, por horas e horas a fio. Usava o banheiro quando o quarto estava lotado de hóspedes e só então abandonava o recinto. Sacanagem.
O nosso Big Brother Miami, nos fez sofrer com uma eliminação dupla e para a nossa surpresa, no final quem faturou o prêmio foi o indivíduo, enquanto seguíamos para as nossas humildes vidas de au pairs.

Três meses depois, o indiano quase se perdia em minhas lembranças até que um novo indiano aparece no profile de uma amiga causando extrema desordem.

Depois de um jogo de perguntas e respostas:
Olha Sr. Indiano, não tente me enganar. Se você for mesmo a minha amiga, complete a frase a baixo.
1. Quando estiver perdida, a melhor saída é encontrar a FAI_ _ _ O _E_ _

R: Faixa do Meio (CORRETA)

2.Escolha a opção correta.O seu vôo sai às:
A - 5:30
B - 8:00
C - 12:00
D - Nenhuma, cancelei porque não vou mais.
E - Nenhuma das alternativas acima

R: Ótima...Mas eu estou em dúvida...rs
(INCORRETA: o indiano escolheu uma alternativa F, será que ele não sabe que deve escolher apenas uma alternativa existente? É indiano ou português?)

3 - A pergunta que não quer calar sr. Indiano. Você fala português??????

Ah amiga, era você? Porque não avisou antes?

Eu descobri, o Indiano fala português.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

BrigadAro...yumi...yumi!

1º Capítulo da série:

Impossível não dividir com o Brasil!

B-R-I-G-A-D-A-R-O, yumi yumi!!!


Como matar um gato?

Se você é babá, au pair ou qualquer sofredora do gênero, basta entregar na mão da sua criança um pedaço de barbante, um gato e uma janela. Se você não obter sucesso em cinco minutos eu posso lhe apresentar o meu adorável Wolfie. Wolfie tem dez anos e é o mais novo dos meninos. Entre a sua coleção de habilidades, ele tem a de atuar como um renomado ator de Hollywood ou gritar como um bebê de seis meses. Com cólica. Mas, a mais afiada é a habilidade de me surpreender, como fez em uma das vezes que matou a Betsy (ela continua viva). Aliás comecei a achar que aquela história de sete vidas é mentira. Depois que cheguei já ví o Wolfie matá-la umas dez vezes.

Um dia, eu disse que o um lado bom de não cuidar de bebês é ter a possiblidade de pegar o telefone e resolver um problema sem precisar esperar a criança dormir. Me esqueci que cuido do Wolfie quando disse isso errôneamente, é claro.

Em uma conversa telefônica com a minha mãe, depois de ouvir um miado de socorro seguido de uma risada estridente, só precisei dizer a ela que terminaríamos a conversa depois porque a Betsy estava amarrada na janela, pelo rabo.

Pensei...

Sorte dela que não foi pelo pescoço!




quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Quanto??????

No intervalo da aula....

Argentino: sei que é meio pessoal, mas qual é o salário de vocês?

Bruna: Nós somos au pairs



Argentino: então vocês trabalham muito, certo?

Bruna: Sim, nós somos au pairs

Argentino: a propósito, quanto vocês recebem pelo trabalho?

-REPARE QUE A RESPOSTA VEM ACOMPANHADA DE UMA EXPLICAÇÃO-

Bruna: $176,00, MAS não precisamos, pagar alimentação, aluguel, transporte. E ainda sim eu viajo muito.

Silêncio....

Bruna: Digo, por semana...

Silêncio...

Bruna: Eu disse que era au pair

Argentino: Acho que a aula já começou, melhor entrarmos.

Bruna: E outra, eles arredondam para $180,00.

Maçã, não é comida.


É estupidamente engraçado como o sentido das coisas é deturpado enquanto você ainda vive com os seus pais. Basta virar as costas e a vida lhe despeja um monte de verdades que nunca se importou em perceber.
Nunca parei pra pensar que as roupas não são descartáveis e precisam ser lavadas com uma certa frequencia, que animais de estimação precisam se alimentar e não abrirão a gaveta de talheres para isso. A grama do jardim cresce e a cama continuará bagunçada até que eu não me proponha a deixar a inércia e mudar essa situação. Aquela gripe regada a sopa e chá quente, além de não contar com o inconfundível sabor da culinária maternal, me forçará a enfrentar um dos maiores pecados capitais e consequentemente, o fogão.
Por conta disso...

Eu: Quero comer alguma coisa, mas não sei o que.

Minha mãe: Coma uma maça, filha.

Eu: Maça, não é comida!

Motivo que atribuiu ao sexo feminino, séculos e séculos de preconceito e também serviu de título para esse post, ela, que traz em sua história a cor do pecado, continua sendo usada para a alegria de todas as mamães como um alimento nutritivo e saudável, pseudo “alguma coisa” ou “sobremesa”. Ela entra em ação nas operações “tapa buraco” para a falta de uma bolacha recheada ou guloseimas deliciosamente desnutritivas.

Em defesa da população infantil, lhes asseguro:
- Maçã, não é comida, tampouco sobremesa!

Mais um sentido deturpado que deixei de ter ao sair da casa dos meus pais.
Uma maçã, especialmente no momento em que o tal pecado capital entra em ação, pode ser um saboroso banquete no jantar.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Eu tenho medo das 6h!



Pi…pi….pi… 6:00, não há som mais irritante...pi...pi...pi... apenas mais alguns segundos naquele sonho e pronto. Recomeçar. Com a doce ilusão de ser diferente.
Profiro a minha primeira frase matinal dos últimos 5 meses da minha vida: “good morning, Joey!”, recebida com a mesma ríspida resposta de sempre: “I know!”. Penso, se surte o mesmo efeito, porque não fazer diferente amanhã? Talvez seja melhor começar com um ríspido “I know” e ser irônicamente recompensada com um doce “good morning!”.

O que farei com o meu par de asas?

Não apenas pelo apelido angelical que pessoas tão especiais atribuem a mim, mas em especial por um dia, ao andar pelas ruas de Santa Bárbara d’Oeste, percerber que embora familiares e confortantes, elas se tornaram pequenas demais para mim. Bastou uma ferida aberta no peito, uma vontade insaciável de descobrir e pronto, estava decidido. Era hora de juntar todos os meus pares de asas e fazer as malas.
A mala vermelha era pequena para tantos, então era chegado o triste momento de escolher, palavra preconceituosa, que fez com que eu chegasse a um critério absurdo. Aquela asa cheia de glamour seria reservada para as noites de gala, a branca, leve e macia, para os dias ensolarados, aquela em tom vermelho provocante teria o papel de me fazer sentir sexy, e a preta elegante e maior de todas, para enfrentar o inverno. Mas todas, com o papel principal de me sustentar por horas e horas sem tocar os pés no chão.
No primeiro dia, elas ocuparam uma humilde porta do meu closet, mas hoje, quase seis meses depois elas são tantas que custam a caber também nas três outras que restavam. Em seis meses elas terão que entrar naquela mesma mala vermelha da qual saíram, e outras, a qual nem tiveram o prazer de entrar. E certamente eu e a preconceituosa palavra “escolher” entraremos em ação, novamente.

New York, NY não teria a menor graça se fosse assistida apenas pela minha telinha nas datas comemorativas e a frase mais fantástica não teria sido ouvida:
- Não é que a Estátua da Liberdade é verde mesmo?

Atlanta, GA seria ainda uma incógnita para mim e teria sido privada de olhar a imagem noturna e olímpica do ponto mais alto da cidade. E nunca ouviria da cadeira de $300 a diva e rainha dos gays cantando SHE’S NOT ME, em especial pelo fato de termos pago apenas $70 para estarmos lá.

Se não fosse por elas, a Flórida seria apenas um sonho de pessoas bonitas e carros importados e o último Reveillon teria sido apenas mais um. A Dysney nem seria tão mágica e Miami seria apenas Miami, aquela que os fãs da novela América conhecem apenas pelo balcão que a Mel (Débora Seco) dançava.

Sem a ajuda da minha mala vermelha, recheada com os meus pares de asas, não saberia quão linda é a capital da terra do Tio Sam, Washington DC, seria apenas mais um lugar no meu mapa com um alfinete marcando o que deve ser visitado antes que minhas asas parem de funcionar. Eu não saberia até hoje o quanto o Tom Cruise é baixinho e o quanto o Johnny Depp é encantador.

Não saberia o encanto das montanhas das Carolinas, nem teria o prazer de conhecer tanta gente especial se não tivesse vestido o meu par de asas e tivesse vindo parar em North Carolina.

Só me pergunto...

O que farei com o meu par de asas no dia de voltar?




terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A etiqueta do nada



Um tópico para iniciar um blog é uma escolha pressionadora. Talvez pelo fato de você querer passar em um único texto todos os outros que estarão por vir e assim revelar aos curiosos leitores a sagua dos próximos capítulos. Mais ou menos aquilo que a a Rede Globo faz ao iniciar uma novela ou o papel de uma etiqueta ao rotular um produto.
Então para distanciar do padrão “Rede Globo” de ser, fica aqui o texto do nada como abertura do blog.