sábado, 28 de março de 2009

Pronto, falei!

O motivo para iniciar um blog, poderia ser apenas uma maneira barata de promoção pessoal, mas particularmente não passa de uma atividade cotidiana de relembrar minha língua materna.

Tudo bem, opiniões surgirão, tumultuando essa afirmação. Como alguém que passou 22 anos falando português pode esquecê-lo em um ano? Não foi bem isso que eu disse.

É fato que a escrita é o produto da prática e a qualidade do meu produto diminuiu relativamente depois que parei de praticá-la, mas é lamentável deparar-me com frases como essa na minha página de recados do orkut: "Me add no novo perfiu. Abrasso." E para poder comentar esse tipo de coisa, penso: Porque demorei tanto para criar um Blog?

Me diga se uma frase como essa não mereceria um post a parte? Claro que sim.
Primeiro porque, pela gramática da sentença, logo se vê que a pessoa não é minha amiga, não pela falha, mas porque se fosse, não se empenharia tanto para me tirar do sério.

Preparem-se senhoras e senhores, porque agora lhes apresentarei o motivo de maior vergonha e indignação: a autora da frase recebeu o mesmo diploma de graduação que eu, atenção especial para o título, Letras com habilitação em Português e Inglês. Como alguém com precariedades como esta, aliás, falta de habilidade para um curso que carrega o peso dessa palavra em seu próprio nome, conseguiu tal proeza.

Desculpem-me pela sinceridade, mas o lado bom de ter um blog é fazer uma das coisas que mais gosto, escrever, e o outro lado, é fazer o melhor, escrever exatamente o que penso, sem me importar com a repercussão.
Portanto, que leiam os amigos, que leia a homenageada, porque como prova de que colhemos o que plantamos, considero esse post uma resposta a lamentável cena que meus amigos universitários tiveram o desprazer de presenciar no dia que lhes apresentei um vídeo de homenagem falando de toda a nossa trajetória.

Receio pelo futuro da geração dos meus filhos, geração esta que deparar-se-á com tamanha desqualificação na área educacional, fruto do que já é lamentável na geração atual.
Esse é um dos nomes que irá para a minha listinha de "Se encontrar o nome do(a) professor(a) do seu filho na lista abaixo, por favor mude-o de escola urgente, não contribua com uma geração de ignorantes"

Mas se todos os pais, colocarem o mesmo nome na lista, não precisarão culpar-se pelo desemprego, deve estar sobrando vaga no mercado negro, eles nem exigem muita qualificação profissional, são bem flexíveis. Veja uma amostra do trabalho deles na foto abaixo:


Pronto, falei!

3 comentários:

  1. Nossa!!! Falo e disse!!!
    Congratulation!!!rsrs....

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  2. Infelizmente o que nos faz capazes no uso da nossa língua é exatamente a prática mas quem não erra não aprende a corrigir-se, certo?
    Usando o seu próprio texto, já podemos exemplificar essa afirmativa. "... "Se encontrar o nome do(a) professor(a) do seu filho na lista abaixo, por favor mude-o de escola urgente, não contribue com uma geração de ignorantes"... o certo não seria ... NÃO CONTRIBUA... JÁ O SUJEITO ESTÁ EM TERCEIRA PESSOA DO SINGULAR?
    Parabéns pelo blog.

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  3. Concordo plenamente, Mentor!
    Tanto que, logo no começo do texto, escrevi:
    "É fato que a escrita é o produto da prática e a qualidade do meu produto diminuiu relativamente depois que parei de praticá-la"
    Esclareço que não escolho meus amigos pela gramática que eles produzem, mas sim pela atitude que eles tomam em situações como a que originou esse texto.
    Antes de ser universitária, não entendia porque os universitários do Jogo do Milhão não sabiam as respostas. Antes de ir na faculdade não entendia porque os professores de português não sabiam o significado de todas as palavras do dicionário e antes de sair do país, não entendia porque essas pessoas que praticaram uma língua estrangeira diariamente por um ano, não eram fluentes.
    Hoje sei. Sempre temos algo a aprender. Errar, tanto por falta de conhecimento, como por falta de atenção, não deixa de ser erro. E corrigir, não deixa de ser uma grande ajuda.
    Obrigada pela observação!

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