segunda-feira, 9 de março de 2009

As cartas não são para mim

Todos os dias eu vou até a caixinha do correio para buscar as correspondências, isso não faz parte do meu cronograma, mas ainda assim, o faço na esperança de encontrar entre tantas, alguma que seja "TO: Bruna" e não seja "FROM: Suntrust" ( Suntrust: Banco)

Essa história de viver correndo e poder gastar apenas alguns minutos entre uma garfada e outra no horário do almoço para digitar um e-mail à um amigo querido, nos ausentou da importância de escrever cartas e recebê-las.

Sim, cartas, aquele meio de comunicação elegante e obsoleto que precisa de tempo, de concordância, coerência, emissor e receptor e que não faria sentido se fosse preenchida com niilísmos como miguxa, vc, naum, blz, etc...

Eu digo aquela, escrita a punho que lhe vaz através da caligrafia, imaginar os sentimentos que preenchiam as mão que lhe escrevera. Que ao ser aberta, mesmo que irreal, aguçaria o seu olfato a ponto de sentir o cheiro de quem a redigira.

Sabe aquele cartão que faria o seu amigo passar vários minutos procurando entre tantos, um que melhor se aproximasse de você, da sua história, dos seus gostos ou da própria ocasião, aquele cartão que sem pretensão lhe tornava exclusivo? Tornou-se inexistente.



Hoje a Betsy recebeu uma carta. Era o veterinário dizendo pra que ela avisasse aos pais que precisa visitar o consultório veterinário e que será ótimo fazê-la reencontrar grandes amigos.



Até tu, Betsy?



Como a vida é irônica. Eu estou aqui, hábil a lê-las, dia após dia checando a caixinha do correio e elas não chegam. A coitada da Betsy, recebe-as e não pode lê-las.



Não, isso não é um apelo, portanto espero que elas não comecem a chegar depois desse post.

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